terça-feira, 3 de maio de 2011

A Casa dos Autistas e os limites do humor


De todas esses novos astros do humor brasileiro, nenhum me parece mais preparado e talentoso que Marcelo Adnet. Ele oferece muitas possibilidades. Tem a inteligência rápida típica da comédia stand-up. É um grande imitador, com absoluto domínio da voz. E carrega uma arma que todo humorista deveria ter obrigatóriamente: ousadia.
Marcelo Adnet está em crise. Seu programa de humor na MTV exibiu uma paródia da Casa dos Artistas chamada “Casa dos Autistas”. Eu vi. Não é muito engraçado mesmo. Imagino que começou como um trocadilho que não soube evoluir no seu conceito.  Além disso ficou longo demais.
É ofensivo? Eu talvez me ofendesse se tivesse algum autista na familia. Pegou mal. Mas acho que existe um limite nessa questão. Uma coisa é errar na mão ser ofensivo sobre uma categoria de pessoas com algum tipo de disfunção. Outra coisa é achar que não se pode fazer humor com autistas. Ou cegos, ou deficientes, ou pessoas com doenças terminais. Trancar essas condições no cofre do “políticamente incorreto” me parece uma atitude paternalista no pior sentido. Até porque pessoas em situações bem ruins também acham graça das coisas. Meu tio Mingo viveu com uma grave disfunção cerebral (era um “retardado”, como se dizia na época) e conquistava todo mundo com seu afiado senso de humor.
Espero que esse caso da “Casa dos Autistas” não assanhe as patrulhas do políticamente correto para que não apareçam com mais projetos de leis, regulamentos, punições e asfixiantes códigos de ética. O bom senso deve ser mais forte que isso tudo.

Um comentário:

  1. Muito bonita as suas palavras:
    não assanhe as patrulhas do políticamente correto para que não apareçam com mais projetos de leis, regulamentos, punições e asfixiantes códigos de ética. O bom senso deve ser mais forte que isso tudo.
    Sou pai de um autista de 7 anos e o mínimo que fiz, foi entrar na justiça contra esse tipo de profissionais que considero verdadeiros ABUTRES, portanto, me admira muito uma professora falar uma tremenda besteira dessas, já ouviu aquela história: "telhado de vidro"? Cuidado hein, as contas serão acertadas lá em cima, não aqui. Pare de bancar a moderninha que pega até mal, se for para dar lição de moral para um pai fazer ou deixar de fazer o que vc está pedindo? Me ajuda vai, fica quietinha por favor, é uma gentileza que seus alunos agradecem.

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