segunda-feira, 27 de junho de 2011

A ESCOLA IDEAL ou a ESCOLA DOS SONHOS?


Quanta responsabilidade...
O educador tem dentro de si o desejo da mudança e da transformação. Um dos requisitos para ser um bom educador é ser o sujeito da ação crítica e um eterno sonhador, além de buscar uma forma de  re-significar alguns conceitos, criando outros, digerindo e transformando a conduta pedagógica em bases sólidas, recheadas de conteúdos que façam de suas palavras algo jamais esquecido pelos educandos. Sendo assim, o educador passa a assumir o papel de co-autor de sua escola. Ao longo de tantos anos, pode-se perceber a participação efetiva do professor no seu relacionamento com a instituição, o que de certa forma, inspirou esse texto, no sentido de descrever os anseios pela construção da escola dos sonhos: A escola sem muros, a escola sem passagens tortuosas, a escola que desperta, motiva e alimenta o saber. Atualmente é bastante comum ouvir-se sobre o tipo de metodologia que uma instituição escolar segue: progressista, construtivista,  uma linha global de ensino, enfim...nomenclaturas e mais nomenclaturas que mascaram uma realidade imposta pelo modismo e pela necessidade de acompanhar o mercado educacional, garantindo aos pais, um falso modernismo, uma falsa conduta, uma falsa e fraca formação educacional e de valores morais. Sabe-se que devido às necessidades dos casais do sec XXI, a ida das crianças à escola tornou-se obrigatória cada vez mais cedo, o que acabou tornando-se  uma escolha prá lá de necessária. Assim, a criança passa a maioria de seu tempo acompanhada pelos professores e colegas, num ambiente supostamente saudável,  que exerce a função de educar para suprir e minimizar o sentimento de culpa das famílias que precisam trabalhar. Contudo, essa não é a função da escola, visto que a criança faz parte de um universo que garante modelos, condutas e regras sociais, antes "ensinadas" pelos pais mas que foram repassadas à responsabilidade daqueles que estudaram, prepararam-se e formaram-se para "educar". Desta forma, a criança entra em contato com o diferente, com o desigual, refletindo sobre as atividades propostas baseadas numa escolha pedagógica que lhe "garante" o aprendizado contínuo e sistemático. Além disso, a escola abre seus braços enlaçando todos os alunos num só contexto, priorizando o desenvolvimento integral de suas crianças, respondendo com eficácia ou não os desejos daqueles que acreditam em suas convicções. O que fazer quando nos bastidores da instituição, percebem-se pensamentos tão distantes daquilo que se fala, ficando muito distanciados das ideologias educacionais tão discutidas nas reuniões com pais e professores? O que fazer quando se percebe uma vontade imensa do professor em querer acertar, e as condições da instituição, que por vezes precárias, impossibilitam o desenvolvimento do saber? O que fazer quando o corpo docente se torna objeto de passividade e/ou recusa?  Frustrações e mais frustrações transformam o desejo do educador em alicerces para a criatividade, sendo esse educador a criatividade que caminha pelos corredores mais tortuosos, driblando situações de conflito, abraçando as causas mais complicadas, cumprindo sua jornada longa de trabalho, que não acaba na sala de aula. A escola dos sonhos esconde-se atrás da expectativa de todos, ou seja, sendo a escola coesa, a escola que "forma e alimenta" os seus professores, ouvindo  suas falas e abrindo espaço para o crescimento qualitativo de sua missão. A escola dos sonhos seria aquela que compreendesse ao aluno como sujeito ativo num processo de construção, liderando situações de conflito, propiciando um crescimento saudável e contínuo. Lembrar da escola da infância de muitos, do cheiro da sala de aula, do refresco da cantina, do sorriso de alguns professores que embalavam as dúvidas e minimizavam os conflitos.... Professores que escreviam no quadro negro aquilo que era necessário saber... Professores que muitas vezes, fizeram parte dos sonhos e das escolhas de muitas das atuais profissões. Relembrar também daqueles que pouca paciência tiveram e que instigados pela repreensão propunham condições arrogantes de aprendizagem, não levando em consideração o aluno e suas dificuldades, deixando o caminho do aprender cada vez mais longe de se tornar prazeroso. Hoje, através de estudos e teorias magníficos que transformaram ao longo de tantos anos a educação, pode-se olhar com mais transparência e crítica os portões que separam a escola do mundo que a cerca. Torna-se cada vez mais necessário que surjam  propostas de  transformações sócio-educacionais, que tenham clareza e coerência dos e nos atos dos profissionais. Propõe-se a busca pelo conhecimento, tendo a energia que propicia a vontade de conhecer o aluno que chega ao início do ano, envolvendo com seu discurso infantil, sobrecarregado e sobrecarregando de responsabilidade e emoção. Quando se fala da escola dos sonhos, remete-se a um passado distante e a um futuro promissor que empolga no caminho da educação, tendo como elemento norteador, a construção do conhecimento, utilizando estratégias que possibilitam o crescimento do indivíduo como parte integrante do sistema. Apontando-se  para um crescimento qualitativo da educação, enxerga-se o aluno como personagem principal de uma grande história, em que os cenários se transformam em todos os atos, se apropriando de vestimentas que engrandecem o texto e que são capazes de conviver com os "cacos" da vida, tornando-os cidadãos do mundo. Ao desenvolver o aluno - personagem no final da história aos seus pais, já revestidos de significados e novos valores, a escola dos sonhos está no desejo do ensaio e na satisfação da apresentação deste grande teatro.

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