quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

QUAL O SENTIDO DA EDUCAÇÃO?

A educação perpassa por leitura e escrita, mas muito mais pelo senso crítico, pela luta por melhores condições de vida, justiça social, conscientização, deveres e direitos em níveis igualitários, ética e, acima de tudo, educação perpassa pela cidadania. Num mundo capitalista, onde a sobrevivência depende de moeda, é necessário trabalho para todos. Não é possível construir um mundo justo com uma minoria com muito e uma maioria com muito pouco! O que fazer frente a essa realidade?
Temos de encontrar uma maneira de resgatar o trabalho braçal das lavouras, as mãos-de-obra que movimentam as máquinas, as construções, os serviços de limpeza, valorizando cada uma destas funções e remunerando-as adequadamente, sem exploração e escravidão; para que as pessoas que as exercem não sintam necessidade de abandoná-las na esperança de uma vida melhor. Já imaginou se existissem só doutores? Quem faria o serviço técnico?
Temos de trabalhar naquilo que possuímos habilidade e gostamos de fazer, porém, queremos uma remuneração justa, que valorize o trabalho de cada setor; que os governantes, patrões, donos do poder percebam que somos uma equipe; se não houver quem plante não haverá o que comer; se não houver quem cate o lixo iremos adoecer; se não houver quem ensine iremos “emburrecer”; enfim, são tantas rimas que eu passaria o dia aqui tentando descrever. A palavra chave aqui é VA-LO-RI-ZA-ÇÃO ! Uma pessoa valorizada tem aumento da auto-estima, tem interesse em progredir de forma lícita; sabe que não precisa cometer nenhum ato de violência, pois pode ter e dar uma vida digna para sua família. O que quero dizer é que só educação não basta!
Uma pessoa educada que não tem trabalho, que não tem dignidade, que não é valorizada, que vê e não pode ter, será uma bomba-atômica na sociedade e provocará estragos bem maiores quando explodir. Ensinar o ser humano a “aprender, a ser, a fazer e a conviver” conforme sugeriu a UNESCO e fazer parte do discurso de muitas instituições hoje, é fácil. No meu ponto de vista, difícil é ensinar a repartir, a dividir, a compartilhar, trocar e democratizar.
 Entretanto, um povo educado é consciente de seus direitos, portanto, é capaz de reivindicá-los, uma vez que conhecem as leis e podem forçar o poder público a exercê-las. Quando a educação estiver a serviço da eqüidade será investimento; caso contrário, a escola continuará sendo uma instituição assistencialista, ensinando o indivíduo a “conviver” com aquilo que já está instituído pelo poder público; a “ser e a fazer”aquilo que já está determinado e a “aprender” aquilo que for do interesse político.
Desta forma, um país que valoriza e prioriza a educação, com certeza, não vai precisar de projetos assistenciais – do tipo Vale Gás, Fome Zero, Bolsa Família, Bolsa Escola, etc.; que, para mim, são esmolas – porque seus cidadãos terão uma vida mais digna, mais justa e menos desumana.

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