segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

COMO ACONTECE A APRENDIZAGEM EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

PROCESSOS DE ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM
SÍNDROME DE DOWN
Para além da importância de uma educação, a experiência escolar ajuda uma criança com trissomia 21 a desenvolver a sua própria identidade e a fortalecer a sua autoestima e autoconfiança. Conviver na e com a sociedade, para além dos limites do lar, é fundamental para estimular as relações sociais e o envolvimento da criança com o seu próprio meio.
Na escola, uma criança com Síndrome de Down pode, deve e vai adquirir competências acadêmicas básicas como ler e escrever, tão bem como o restante de alunos. Além dessas competências, a escola deve preocupar-se em formar alunos que tenham habilidades para utilizar suas competências no dia a dia, tornando essa aprendizagem significativa.
A única diferença é que pode demorar um pouco mais: enquanto as outras crianças aprendem a ler e a escrever em cerca de seis meses, uma criança com Síndrome de Down pode precisar de um ano ou mais.
Atualmente há uma discussão em torno dos métodos tradicionais de alfabetização e da teoria construtivista. Para entendermos tal discussão, é necessário examinarmos os pressupostos teóricos que estão embasados nestas práticas pedagógicas tradicionais de alfabetização e na teoria construtivista. As práticas pedagógicas tradicional, representadas pelos métodos sintéticos e analíticos, apresentam uma concepção mecânica e diretivista, sendo a idéia de aprendizagem vista como um condicionamento, no qual o comportamento é moldado (governado), descrito, explicado, previsto e controlado por reforços.
Em oposição a estes métodos surge a proposta ou Teoria Construtivista, cujo principal representante é Jean Piaget.
Para Piaget o sujeito constrói o conhecimento na sua relação com o meio, passando este por diferentes estágios, que dependem do que cada sujeito traz de herança genética e esquemas mentais para compreender determinada situação.
Esta compreensão requer, também, maturação neurológica, experiências socioculturais e fatores afetivos, a fim de desenvolver a autonomia intelectual. Como sugestão, a partir de um ditado avaliativo, a criança com Síndrome de Down demonstrará, tanto como qualquer outra criança em fase de alfabetização, que pensa a escrita, tomando como referencial a pesquisa de FERREIRO & TEBEROSKY (1985) e FERREIRO (1990)- sobre a Psicogênese da Escrita. Este corpo de conhecimento sobre a proposta construtivista será ampliado pelos estudos sobre a psicogênese da leitura e escrita, através das pesquisadoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky que tentam investigar como a criança constrói seu conhecimento.
O fato é que o ‘tempo’ para que sejam alfabetizadas as crianças com síndrome de down pode ser mais demorado do que o de outras crianças que apresentem um desenvolvimento cognitivo dentro dos padrões de normalidade. Independentemente disso, os estudos mostram que a educação pode produzir resultados excelentes e até inesperados nas crianças com trissomia 21, daí a importância do empenho dos professores e dos pais no processo de inclusão escolar, visto que cabe à escola não apenas garantir o direito ao acesso à educação básica fundamental a todos, mas também permanência e sobretudo a aprendizagem de todos. Eis o maior dos DESAFIOS da chamada INCLUSÃO ‘de’ TODOS ou melhor, INCLUSÃO ‘para’ TODOS.

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